segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Crônica "O DEFUNTO VISITANTE" Ir.'. I. J. Viégas

O Defunto visitante
 I. J. Viégas .'.

O Presidente do Conselho de Kadosch de Brasília, Irmão Etelvino, encomendo-me um trabalho para ser apresentado no dia da elevação ao Grau 30. No dia determinado, estava eu cumprindo com a solene obrigação. O Delegado Litúrgico, Irmão Jacobina, solicitou a peça de arquitetura para possível publicação no Boletim do Supremo Conselho.    

O prestimoso secretário da Delegacia, Irmão Artur de Moura enviou prancha ao Supremo remetendo o trabalho e, na mesma correspondência comunicou o falecimento do Irmão Nicolas, o grego. Para surpresa de todos, o Boletim n.º 191 de Julho e Agosto de 1994 do Supremo Conselho do Brasil não publicou o “trabalho”, mas trazia na sua página 8, “Coluna Fúnebre”, a relação dos Irmãos falecidos e, entre eles, estava o meu nome completo – INOCÊNCIO DE JESUS VIÉGAS.

A notícia através do Boletim espalhou-se pelo Brasil e não demorou muito, os velhos amigos e conhecidos passaram a expressar suas condolências à suposta viúva. Telegramas e cartas de vários Estados e de lugares por onde morei quando era militar do Exército. Entre essas demonstrações de solidariedade, umas curiosas, merecem destaque. Um velho Irmão demonstrava o seu pesar e ao mesmo tempo desejava comprar alguns livros de minha biblioteca. Outro, também viúvo, oferecia seus préstimos à “viúva” e deixava transparecer nas entrelinhas, o desejo de continuar o meu trabalho ao lado dela, não por questão de sexo, mas pela convivência, pois a solidão é muito dolorosa. Mais outro Irmão de uma cidade do interior, velho companheiro de farda, comunicou em carta o meu comparecimento a uma sessão espírita, onde havia deixado psicografada uma linda mensagem encorajadora, a todos os Irmãos.

A Delegacia Litúrgica de Brasília, ao descobrir o grande erro, escreveu ao Supremo Conselho, pedindo providências no sentido de retificar a referida publicação, o que de pronto foi atendida com pedido de mil desculpas. Até aí tudo bem, levamos o caso em brincadeira. Um dia, um Irmão do Oriente de Boa Vista (RR), o Raimundo, de passagem por Brasília, vem visitar a minha Loja, a Jeremias Pinheiro Moreira, e em conversa, declinou ser filho da Loja 20 de Agosto, daquela cidade. Logo me lembrei de dois velhos Irmãos, O Rocha e o Norberto, que por sinal é o Delegado do Grão-Mestre naquele Estado e, como estava devendo um grande favor ao Norberto, aproveitei o Irmão Raimundo para levar-lhe um presente. Autografei um livro e mandei ao Norberto. Isso era Outubro de 1994.

O Norberto recebeu o presente, ficou feliz e logo em seguida, recebeu o Boletim do Supremo, referente aos meses Julho e Agosto de 1994 e lá encontrou o meu nome como tendo falecido em Agosto. O Norberto, entre arrepios, não entendia como um morto em Agosto oferecia e assinava um livro em Outubro. Ligou imediatamente para o Irmão Fagundes, Grande Secretário da Guarda dos Selos, pedindo informações sobre meu falecimento. O Fagundes logo informou ser um mal entendido.

O Norberto não conformado, pediu o meu telefone e ligou para a “viúva” que lhe confirmou que eu estava vivo. Mas o pior ainda estava por acontecer. Um belo dia, de passagem por uma cidade do interior, a mando da empresa à qual presto serviços, e lá, desejei visitar à noite a Loja onde eu sabia ter um velho companheiro de caserna. Fui, e ao chegar à Loja, notei que era tarde e já estavam trabalhando. Mesmo assim, bati como de costume e recebi como resposta a ordem para esperar. Logo veio o Primeiro Experto com o Livro para colher a assinatura e levar a Identidade Civil e a Maçônica para o Orador conferir. Vou relatar aqui, o que ocorreu lá dentro e que me foi contado pelo laborioso Secretário, que a tudo viu e gravou em sua longa ata. Chega o Experto com o Livro e as Identidades. Entrega ao Orador. O velho Guardião da Lei lê atentamente. Logo empalideceu ao descobrir um grande acontecimento e quase sem poder falar, olhou para o Venerável e balbuciou algumas palavras imperceptíveis.

O Venerável pediu gentilmente ao Orador repetir um pouco mais alto. O Orador recobrando as forças disse: “Venerável Mestre, algo anormal esta acontecendo”. Esse Irmão que bate à porta do nosso Templo, é o falecido Inocêncio, a quem na última sessão, prestei solene homenagem pelo seu passamento, agora, diante de seus documentos, não sei o que fazer. Quero a ajuda de algum Irmão entendido em coisas do outro mundo, para clarear essa fantasmagórica situação.

O Mestre de Harmonia diante do caso, querendo colaborar com a ocasião, colocou em surdina a Marcha Fúnebre de Mozart. Aprendizes e Companheiros admirados e congelados esperavam o desfecho. Todos os Irmãos passaram a ter arrepios e o medo era geral. Um dos Irmãos se dizendo entendido nesse assunto, ofereceu-se para assumir o comando da situação e passou a pedir calma a todos os Irmãos. Fechou os olhos, respirou ofegante, estendeu os trêmulos braços na horizontal e falou com voz rouca:

O Irmão Inocêncio veio pedir luzes. Você Irmão Orador, o elogiou bastante na sessão passada e ele quer agradecer. Pensa que está materialmente entre nós. Deixai que entre.   Eu lá fora inquieto com tanta demora, resolvi ir ao banheiro. Nisso a porta se abre e o Cobridor não me vê na sala. Morrendo de medo, imediatamente fechou-a e anunciou: Irmão Primeiro Vigilante, o fantasma foi embora! Com o abrir da porta, parei o que estava fazendo e voltei imediatamente pensando em entrar e logo vi a porta fechada. Esperei um pouco, fiquei de costas para a dita porta, olhando as fotografias dos futuros irmãos que estavam coladas nos Editais. Abre-se a porta outra vez, era o Mestre de Cerimônias que espiava só com um olho. Voltei a cabeça e esbocei um sorriso e a porta foi fechada incontinente. Bom, já que não vou entrar –pensei – vou terminar o serviço que bruscamente havia interrompido e fui para o banheiro outra vez. Dentro do Templo o Mestre de Cerimônias informava que eu estava lá fora.

O Cobridor sem acreditar, imediatamente abre a porta e mais uma vez nada vê. Aí pirou de vez.  Aí o suposto médium passa a consolar o Cobridor dizendo-lhe que ele não era vidente e por isso não conseguia ver o espírito do Irmão, mas que fizesse um esforço concentrado que logo conseguiria. Nisso um Irmão pede a palavra pela ordem e solicita ao Venerável, retirar do Templo os Aprendizes e Companheiros, que ainda não se achavam em condições de assistir esse encontro de um morto, com os vivos em Loja. Aprovada a solicitação, o Venerável pede ao Mestre de Cerimônias retirar os Aprendizes e Companheiros. Logo, um nervoso Companheiro pede a palavra antes de cumprir a ordem do Venerável e questiona que não era justo sair e ter que ficar na sala dos p. p. com o defunto. Todos concordaram com a ponderação e o Venerável revogou a ordem. Contornada a situação, o Venerável pede ao Mestre de Harmonia a execução da música mais suave para receber o Irmão. Finalmente abre-se a porta, a música suave da Ave Maria me deixa emocionado. Entrei, fiz o que normalmente se faz e esperei a ordem do Venerável para tomar assento. O silêncio dominava a cena.

O Venerável disse: “Vinde saudoso Irmão ao encontro dos seus Irmãos que emocionados, lamentam a vossa desencarnação”. Acomodai-vos no Oriente onde é o vosso lugar. Saí, passo a passo, meditando aquelas palavras. Logo reconheci o velho Irmão que era o Orador e olhei para ele com ar de riso. Ele fechou os olhos e abaixou a cabeça tristemente. O Venerável olhando-me bem firme disse:
O pranteado Irmão vem deixar a sua mensagem, estamos prontos, podeis fazer uso da palavra se esse for o vosso desejo. Lá fora chovia bastante e podíamos ouvir vez por outra, o ribombar dos trovões e ver o clarão dos relâmpagos.

Coincidência ou não,quando levantei para fazer uso da palavra, uma enorme claridade iluminou tudo e um ensurdecedor barulho de trovão nos deixou estarrecidos. A luz elétrica imediatamente se apagou , ficando apenas as luzes tímidas das velas a iluminar o recinto ao mesmo tempo em que a gritaria na Loja foi desesperadora. Todos querendo sair ao mesmo tempo, uns caindo sobre os outros, pisotearam o Cobridor que jazia inerte todo amarfanhado e foi imediatamente arrastado para fora por um irmão mais corajoso.   Aí fiquei só, dentro da Loja. Em vista disso, também com as pernas trêmulas depois de tanto susto, aproveitei para sair da Oficina e nisso ouvi um grito vindo lá de fora: “Lá vem a alma penada”! E a correria rumo ao portão da frente foi geral e só alguns “sem pernas” ficaram na Sala dos P.P. Só aí, depois de ter sido chamado de alma penada, pude entender todo aquele desespero dos irmãos e imediatamente tratei de esclarecer o que realmente acontecera que eu estava vivo, e que foi um erro de publicação do Boletim e que já estava sendo retificado.  A maioria tinha ido embora para casa não sei como. Inclusive o Orador, o meu velho amigo. Nisso volta o falso médium e ainda ressabiado, olha para dentro e sem entender aquele silêncio, brada com a voz enérgica dos doutrinadores: “Irmão do além”! Já passa da meia noite! A vossa hora terminou. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!.
O Venerável, um nordestino bem brabo, olha para o falso médium e diz: “Deixa de ser mole, cabra da peste”! Olha a tua calça como está toda molhada, e pelo visto não é água chuva não! Não está vendo que o Irmão esta vivo! A gargalhada foi geral. O Venerável pediu mil desculpas e como um bom apreciador das boas coisas, convidou a todos para comemorar a minha “ressurreição”. E disse mais: “Quem correu, perdeu! O resto da noite foi curta para recordarmos o episódio, bebericarmos o gostoso vinho e rir a vontade dos “corajosos Irmãos” que jamais esquecerão o defunto visitante”.

Administração da Loja 2012/2013

QUADRO ADMINISTRATIVO DA LOJA

Administração: 2011/2012

Ex-Venerável Mestre: Nilo Sergio Ferrari

CARGOS DE ELEIÇÃO

Venerável Mestre: Bolivár dos Santos Siqueira

1º Vigilante: Luiz Carlos de Oliveira Cezar Zubcov

2º Vigilante: Leonardo Augusto Xavier Levay

Orador: Marco Antonio de Moraes

Orador Adj.:

Helio Franco Borges

COMISSÃO DE ASSUNTOS GERAIS

- Silvio Batista Magalhães

- Lauro Lustosa Vieira
- José Ramos Portilho

COMISSÃO DE LEIS

- José Ramos Portilho
- Almir Antônio Lustosa Vieira

- Francisco da Silva Martins

COMISSÃO DE FINANÇAS

- Aderilton Paulo de Souza Rodrigues
- Edilton Costa Alves

- Almir Antônio Lustosa Vieira

COMISSÃO DE SOLIDARIEDADE

- Francisco da Silva Martins
- Edilton Costa Alves

- Silvio Batista Magalhães

CARGOS DE NOMEAÇÃO

Secretário:

Lauro Lustosa Vieira

Tesoureiro: Nilo Sérgio Ferrari

Chanceler: Tadashi Ramoa Mae

Mestre Cerimônias: Edilton Costa Alves

Hospitaleiro: Almir Antonio Lustosa Vieira

1º Diácono: Silvio Batista Magalhães

2º Diácono: Luciano Marne Gonçalves

Porta Bandeira: Francisco da Silva Martins

Porta Estandarte: Almir de Azevedo Vieira

Porta Espada:
Carlos Roberto Bernardes

1º Experto: Rodrigo Andrés de Souza Peñaloza

2º Experto: Aderilton Paulo de Souza Rodrigues

Guarda do

Templo:


Bibliotecário:

Cobridor: Waldemar Henrique Spotorno

Mestre de Banquetes: Alexandre Garcia

Mestre de Harmonia: Fabricio Pereira de Farias

Arquiteto: Victor Francisco Pena Lacombe

História da Loja

Em 1966

Templo da Loja Atlantida nº 06, situado na W3 Norte Quadra 704/705 Bloco B Lotes 11 à 17.
Esse imovel, pertencendo a ARLS Atlantida nº 06, situado na W3 Norte Quadra 704/705,um pequeno barracão de madeira, foi adaptado para um Templo de reduzidas dimensões e sala de P.'.P.'., ali acolhendo também a ARLS Tiradentes nº 02, a propria Grande Loja de Brasilia e tambem viu fundar-se em 25 de janeiro de 1966, a ARLS Abrigo do Cedro nº 08 que funcionou por alguns meses no Rito de York depois passando para o REAA.

Vista do Terreno na SHIN CA 08 lt 02 no Lago Norte,
adquirido juntamente com a ARLS Monte Carmelo nº 22,

A construção do barracão, que mais tarde na varanda,
ficou sendo usada até que a construção do Templo Provisório fosse concluída.

Templo no barracão: Construido onde era a varanda.


Vista interna do Templo,
piso em cimento rústico, as parede com pano azul, cadeiras de ferro e telha eternit.


As Colunas do Templo


Administração 2004-2005

Cerimonia de descerramento da placa comemorativa
da construção do Templo provisório:

Ir.'. Almir de Azevedo Vieira, Serenissimo Grão Mestre Ir.'. Edelcides Lino de Melo, Ad Vitam José Ramos Portilho, Ven.'. Mestre Ir.'. Rubio Machado Sousa.

Placa comemorativa inicio das obras 28-04-2004

Construção do Templo Povisorio
alicerces - setembro de 2004.

As Primeiras colunas - 13-11-2004

Comissão de Obras
IIr.'. Lauro Lustosa, Fernando Ribeiro e Nilo Ferrari

Em faze final com as paredes levantada - 01-05-2005

O Telhado

Templo pronto

Interior do Templo
Atrio e Porta entrada do Templo

Ainda com piso de cimento

Templo com o Pavimento Mosaico, cadeiras novas e as Colunas.



Futura sede da ARLS Abrigo do Cedro nº 08.SHIN QL 01 Conjunto 05 casa 19 - Lago Norte - Brasilia DF
Projeto Arquitetônico